Carta aberta à população esmeraldense

A Câmara Municipal de Esmeraldas vem a público informar que repudia
veementemente a declaração da presidência do Sind-ute quando para
justificar a paralisação das atividades da educação atribui ao motivo de
"A Câmara não ter feito seu papel".
Absolutamente inverídica a afirmação que não tem amparo na realidade
do processo Legislativo, tampouco na conduta da edilidade. Ao contrário,
os vereadores debruçaram-se inúmeras vezes sobre o Projeto de Lei 95,
realizaram reuniões, oitivas, atenderam todas as solicitações dos sindicatos
de todas as categorias.
Os cidadãos de bem não podem perder de vista que o PL 95 não é
matéria exclusiva da educação. Engloba o quadro geral de servidores da
prefeitura, os conselheiros tutelares, os profissionais da saúde, os
indicados do governo. As categorias diferentes postas num só projeto
construído pelo poder Executivo de forma absolutamente atécnica,
confusa e obscura como apontou o parecer da CCLJ merecem o respeito
de ter avaliada a situação e seus pleitos também atendidos para que os
vereadores não legislam causando injustiça.
Celeridade não deve sobrepor a regularidade de um devido processo
Legislativo. Há que se respeitar o direito dos parlamentares questionarem
o Executivo, as razões de não retroagir a lei a janeiro (o que seria mais
benéfico a todos os servidores), as possibilidades de eliminar o pagamento
em seis vezes e pagar tudo (sem mora porque o prefeito não vai pagar
juros e os tribunais de contas orientam para não dividir os valores) ou, se
não for viável do ponto de vista financeiro, que se efetive o pagamento em
número menor de parcelas.
O Legislativo tem desenvolvido um trabalho sério e responsável.
Tem se desdobrado para atualizar a análise da proposta a cada
nova emenda que o próprio autor propõe. Ressalta-se que a
última alteração enviada pelo Executivo foi no dia 28 de julho
de 2022. Se o Legislativo tivesse suprimido passos essenciais
para votar a "toque de caixa" como pretende a educação esta
última emenda que ela mesmo reivindicou estaria prejudicada.
Não é real a imputação de inércia assim como não é
minimamente compatível com a realidade dizer que a Câmara
não realiza seu papel sobretudo quando a sua atividade
precípua que é legislar implica em submissão a regras mínimas
que assegurem inclusive a validade e eficácia da lei que do
projeto vai ser editada.
A Câmara está a disposição para esclarecer e convida a
população a participar, entender o projeto, disponibiliza acesso
ao inteiro teor para todos os interessados para que possam
discernir sobre a realidade dos fatos.
O poder legislativo municipal não tolera o ataque leviano à
instituição que trabalha exercendo deveres impostergáveis de
zelo com a coisa pública, com todos os servidores, sem
preferências, sem privilégios e sem tratamento desigual como
lamentavelmente o Projeto de Lei 95 intenciona provocar.
Novamente alertamos: o Projeto avançou nas comissões e
deverá ter sua conclusão nas comissões na próxima
terça-feira (9). Mas não passará despercebida nenhuma
manobra anti-isonômica ou injusta para a segurança de todos.
A segurança jurídica elementar que opera em favor inclusive
dos que acusam a Câmara de maneira absolutamente
tendenciosa e desprovida de razão.
Seguimos abertos ao diálogo honesto e respeitoso.
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